sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

indie tá virando mainstream...

1996: as mocinhas da Savassi olhavam torto pra meu coturno cor de feijão e pra minha camisa de flanela xadrez.
2011: as mocinhas da Savassi USAM coturno e as camisas xadrez (que elas compraram na Farm, lóóóogico, porque agora poooooode)
INDIE TÁ VIRANDO MAINSTREAM??? SOCOOORRO! PRA QUE LADO EU FUJO???
#kurtcobainreviranotumulo

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

EXTRA!EXTRA! CINDERELA TINHA O METATARSO FECHADO!!! (inspirado em Lola Mag - Janeiro)

Coisa boa de se ler num início de ano: "Nem toda mulher nasceu pra andar de salto." Ufa!
Ao contrário do que muitas mulheres acreditam, andar de salto não é apenas uma questão de costume.
A nota da Lola Mag deste mês diz que isto é uma questão estrutural, e me deu um baita sossego.
Hippie de coração e vaidosa por vocação, fiquei tranquila ao perceber o porquê de não me adaptar a - MAIS OUTRA! - imposição femiina.
Também me fez pensar no que usar um impossível salto alto ainda significa pras mulheres de hoje.
Penso que na época das moças das cavernas, fashion era andar descalças pelas savanas, escalar rochas, subir em árvores, nadar no rio e levar os pequenos pra passear no mato. Sobreviveram as melhores adaptadas à rotina bípede.
Aí inventaram o salto alto.
Concordo que é muito elegante quando se sabe usar - e também que tem um potencial absurdo para a deselegância.
Desde os 12 anos danço, rodopio e sapateio em cima do salto e até hoje meus pés clamam pela hora do descalço.
Pernas longas e fortes me garantiram elegância pra andar em cima de qualquer sapato, mas dói. Bolhas, mini jooanetes e calinhos se pronunciam e me perguntam lá de baixo com os olhinhos marejados: "Porque você tá fazendo isso com a gente???". O preço sempre é muito mais alto que o salto em si.
Sempre desconfiei de mulheres que passam o dia calçadas em sapatos de salto alto, pegam ônibus, caminham pelas calçadas horrendas de BH. Quando a gente pergunta elas respondem "É suuuuper confortável...!" Não, moças, não é. Vocês é que perderam a noção da dor. O 'conforto' certamente veio acompanhado de dolorido treino. Vermelhidão, inchaço e encurtamento de tendões. Uma mulher que anda 'naturalmente' por horas em cima de saltos não é saudável.
Se não o pé, a cabeça deve estar cheia de calos.
Isto me faz pensar que a mulherada anda muito equivocada e que a noção de sensualidade continua castigando nossos corpos. Que pra que se sintam atraentes ou à vontade, as meninas e mulherem vivem se escondendo e se machucando - com objetos, acessórios chiquérrimos, com  rotinas e pensamentos. Que nunca são quem realmente são. Que "mas é óbvio que salto é sexy" mata qualquer criatividade. Que dá vergonha ser quem realmente são pois na verdade nenhuma de nós vem com photoshop acoplado. Que não necessariamente quem é mais belo ou sexy (de acordo com os padrões de agora) se diverte mais ou tem mais orgasmos.
(Aliás, conforme a conversa na mesa do Redentor no domingo, as pessoas precisam aprender que sexo é muito mais do que se acredita por aí...mas isto já dá outro texto...)
Foto não tem cheiro, não sente fome, nem calor nem dor.
E as moças descalças das cavernas eram tão inacreditavelmente sexies que deram à luz toda a humanidade!