sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Rio 2016

Eu gosto de ser brasileira. Acho que ter nascido e vivido num país fora do "centro do mundo" nos dá um tipo de perspectiva diferente. Além disso tem o que eu chamo de 'inteligência afetiva' que é muito difícil encontrar fora daqui. Talvez eficiência, competência, organização, gerenciamento, objetividade e transparência na administração de um país se aprenda com o tempo. Afeto ou você nasce com ele ou não. Esse coração poético do Brasil gera uma música linda, um bom humor invencível, um salamaleque especial. Isso é a coisa que eu acho mais legal do Brasil. 

Que o Olimpo nos proteja!
https://www.youtube.com/watch?v=CKcEySuuUuE

Eu já viajei um monte e aprendi a ver o Brasil com olhos de estrangeira também. Alia-se a isso a sensação de forasteira que sempre me acompanhou, um banzo inexplicável de outras vidas. Mesmo com isso nunca tive vontade de viver de fato fora daqui. Porém recentemente - a gente vai ralando mais, ficando mais velho e mais realista, mais entendedor do quanto trocamos de vida por dinheiro e outras coisas - ando meio cansada desse "stress basal" que é viver em BH. Um estado constante de alerta, estratégias simples de sobrevivência e administração do perigo que vamos incorporando ao nosso dia a dia e achando normal, começam agora a me cansar um pouco, pela primeira vez. Essa roubalheira sem fim, essa busca inescrupulosa por vantagens, isso tudo que já conhecemos.


Mas com isso tudo, mesmo com toda lama e com toda a brahma eu quero desejar um ótimo ‪#‎rio2016‬ ao nosso país. Pensando nos atletas e nas pessoas que de fato se beneficiarão com os jogos. Tomara mesmo que seja muito lindo. Tomara mesmo!


sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Mi patria son mis zapatos.

Chego em 2016 como que chega em casa de uma longa viagem. Como o primeiro dia depois de desempacotar as malas. Em 2015 conquistei Portugal, Marrocos e mais um punhado de territórios à minha escolha.

Mais ainda vastíssimo é esse mundo, porque ele começa do lado de fora e (não) termina (no infinito que há) dentro da gente.
Sair pra fora é bom. Mas melhor ainda é a jornada pra dentro do dentro de cada um de nós.



domingo, 9 de março de 2014

333 – O Projeto

 O que é?

Idealizado pela americana Courtney Carver (IG: @bemorewithless - FB: www.facebook.com/Project333), o projeto pretende ensinar às pessoas a viver com menos, começando pelo seu guarda-roupa. Além da proposta de se consumir menos, o projeto mostra como ganhamos mais tempo, energia e espaço mental quando simplificamos nossa vida.
De acordo com Courtney, 33 itens - incluindo roupas e calçados - seriam suficientes para viver bem durante uma estação (3 meses). Não entrariam nesta conta roupa de baixo, pijamas e roupas de ginástica. Jóias, bijuterias e acessórios de uso diário também podem ser mantidos fora deste número. Além das 33 peças que vão fazer parte de cada ciclo, o projeto sugere a incorporação de 3 ‘peças bônus’: itens que podem ser incorporados extraordinariamente de acordo com um evento específico ou uma emergência ‘fashion’. Depois de 3 meses, escolhemos outros 33 itens e assim acontecem os ciclos.
Ao final de um ano, ou 4 ciclos, pretende-se chegar a uma noção mais realista do que de fato precisaríamos ter no guarda-roupa e então pode-se doar, reciclar, vender o que não foi usado após este período.

O que faço com o resto?
Após selecionar seus 33 itens para seu primeiro ciclo (aconselha-se começar por suas roupas preferidas!), as demais peças deverão ser empacotadas, embaladas, separadas de alguma forma daquelas eleitas para o Projeto. Eu separei uma porta de armário pro meu ciclo onde organizei minha seleção e deixei as demais fechadas e esquecidas.


É pra mim?
Conversando com algumas pessoas (amigos, sobretudo) percebi que existem pessoas no mundo que não POSSUEM 33 itens no seu guarda-roupa. PARABÉNS!!! Outras dispõem de ajuda em casa pra lavar, pendurar, passar e guardar, então talvez as motivações sejam  diferentes.
Entretanto, pensando em quanto se gasta de dinheiro, tempo e energia, sempre encontramos outras áreas da vida também mereçam este olhar sustentável, já parou pra pensar?

É pra mim!
Decidi otimizar meu guarda roupa depois de perceber como estava sendo desgastante a rotina de lidar com tanta coisa. As roupas usadas se acumulavam pra lavar, as limpas passavam semanas no varal, depois era uma jornada longa ate serem guardadas e o mais incrível era que em nenhum momento eu senti falta delas! Ao mesmo tempo que dezenas de itens se acumulavam nesse ‘trâmite-lavanderia’, outras tantas continuavam sendo usadas, gerando um ciclo maluco de acúmulo que eu não conseguia solucionar.

Parece juros de cartão de crédito, né?
É claro que um guarda-roupa abarrotado veio de algum lugar. Resumindo a história, gastei mais do que devia no crédito e o resultado foram faturas e mais faturas a pagar (cartão cancelado e dívida renegociada – ufa!) e obviamente a necessidade de algum lugar (bem grande!) pra guardar tanta coisa linda (afinal eu gastei, mas gastei BEM!).
Junto com isto, algumas mudanças importantes na minha rotina me fizeram perder uns quilos extras e com o tempo eu acabei adquirindo mais roupas ainda que me coubessem bem neste novo tamanho.
Como cinco portas de armário não estavam sendo suficientes, percebi que era hora de simplificar.


sábado, 1 de março de 2014

Projeto 333 – Prólogo



                Há cinco anos me mudei das casas dos meus pais. Assim mesmo, no plural. Durante 22 anos me dividi entre dois lares amorosos e aconchegantes, e durante 22 anos multipliquei objetos, sapatos e peças de roupa. Carol Caracol então não precisava mais carregar sua mochilinha pra todo lado nem decidir de antemão onde iria dormir naquela noite. E agora, casados, temos que aprender a administrar uma casa em que o lixo não desaparece da lixeira, a louça não se lava sozinha e principalmente, as roupas não voam limpinhas e passadas pra dentro dos nossos guarda-roupas.


                Agradeço todos os dias por ter ao meu lado um homem independente que faz a própria comida e lava a própria roupa. Cultivamos então há cinco anos o gosto e o orgulho de fazer tudo o que sabemos dentro de casa e, caso não saibamos, procuramos aprender. Foi memorável nosso primeiro encontro com a máquina de lavar, face-to-face, um embate titânico homem/mulher e máquina. Olhávamos pra aquilo cúmplices numa inabilidade – dentre tantas outras – que o modelo brasileiro “Casa Grande/Senzala”  nos tinha trazido desde sempre.
                 Digo isto por que a grande maioria d
e nós não sabe mesmo fazer muita coisa em se tratando de casa, e o pior: espera-se que a mulher continue resolvendo as questões domésticas de um marido que nunca passou uma camisa (bem ou mal). Algumas amigas me perguntam se meu marido ‘ajuda’ em casa e eu respondo de volta: “Oi?”. Logo após o casamento, em geral herda-se algum tipo de ajuda doméstica. Mas aqui em casa a gente decidiu assumir o trampo sozinhos.



                E isto tem um preço, é claro.


                Máquina de lavar dominada (me encanta tamanha tecnologia: modo amaciante, função delicada, molho profundo, mini-carga...quantas possibilidades!) acabei percebendo a duras penas que não havia como viver sendo dona de sua própria bucha e sabão sem modificar as estruturas nas quais fui educada.
                Uma  querida amiga australiana, expert em cuidar da própria rotina, me deu uma vez um precioso e fatal conselho: “Vocês brasileiros ganhariam muito tempo na vida se relativizassem sua noção de limpeza e sujeira.” Incrível como a partir daí comecei a reparar como somos obcecados com esfregar, desinfetar, espanar, torcer, raspar, molhar, ensaboar... Ah, claro, desde que ‘alguém’ o faça pra gente.

                No último Janeiro abrimos maleiros e armários e reavaliamos o que de fato era necessário ter em casa. Presentes de casamento nunca usados, bugigangas que aparentemente fariam o maior sucesso na “vida-de-casada-que-eu-achava-que-teria”. Porque isto também herdamos: o ideal da profissional bem-sucedida E dona de casa que vai receber os amigos em festas incríveis com mil pratos e taças de cristais (porque alguém vai lavar depois, é óbvio).



                Após cinco anos você já sabe mais ou menos bem o que cabe na sua rotina e no seu apartamento, e a necessidade de se adotar um estilo de vida mais prático começa a gritar todos os dias na sua orelha. (Continua...)

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Revoluções Por Minuto


Hoje, com 25 anos de atraso, fui ao show do RPM.

Não, juventude, não me julgue, não zombe de mim. Pra quem conheceu o Paulo Ricardo como “o cara que canta a música do Big Brother”, there’s a lot you’re missing here.

O ano era 1986 e eu não podia ir ao show no Mineirinho. Isso era coisa de adulto.

Neste tempo remoto existiam ‘músicas de cunho político’. Arranhavam-se faixas dos LP’s. Havia censura declarada, não essa coisa velada e caramelizada que (não) vemos hoje. A juventude era angustiada e se incomodava com coisas. Difícil de entender isso hoje, mas acreditem. Era assim mesmo. Raspinhas dos anos 80 que foram muito mais que uma década ‘fashion’ em que se usavam ombreiras, polainas e se ouviam fitas K7.

O Brasil era um lixo em muitos aspectos. O dinheiro mudava de nome a toda hora, e as coisas de preço a cada dia (às vezes no mesmo dia)! Não existia esse mundaréu de shoppings, importação, não havia Internet, nem CDs, não se viajava pros EUA com essa facilidade e ninguém queria ir a Buenos Aires.



O RPM era a banda mais roqueira que o Brasil – ou eu - já tinha visto até então, com direito a passagens de seu vocalista pela polícia por porte de drogas. Na época em que não existia muita psicologia infantil e o politicamente correto não havia tomado os meios de comunicação, eu de 7 anos e o Waltinho de 10, nos agredíamos física e verbalmente nos embates pela figurinha mais rara do álbum.  Nela havia uma foto do Paulo Ricardo sob uma luz que o deixava parecendo uma caveira, e ele – lembro que descobrimos isso com uma sensação deliciosamente criminosa – exibia uma narina sangrando. Era a coisa mais heavy metal que eu já tinha visto até então! Foi nossa única briga, primo – pela figurinha do Paulo Ricardo com o nariz sangrando que eu de fato não lembro quem foi de nós que tinha tirado...mas lembro da ira que senti quando tive que pegar em armas pra defender meu direito a ela.

E um dado muito importante: Paulo Ricardo era casado com a Luciana Vendramini, the ultimate trophy girl que qualquer cara da época daria a mão direita e outras extensões de seu corpo pra ter. Era o casal mais irritantemente perfeito da época.



Toque o meu coração

Eu vinha de uma fase intensa latino-americana em que o LP do Menudo animava minhas manhãs pré-escolares. Apesar de ser louca pelo Charlie eu entendia –sempre fui resignada – que a mim caberia, no máximo, o Ricky Martin, que na época tinha 13 anos. 


Engraçado como as paixões infantis acontecem. O rock do RPM me pegou pelo pescoço. Coisa de pirata mesmo. Eu nutria pequenas obsessões pelo Paulo Ricardo - que incluía ficar espiando as corridas de F1 naquele autódromo que se chamava (ou chama?) “Paul Richard” - mas não sabia muito bem o que fazer com tais paixões. Ou com ele. O que eu, aos 6, faria com um cara de 25 anos? Sei lá. Ele poderia me pagar um suco, me buscar na escola ou se casar com minha mãe. Qualquer coisa que o permitisse fazer parte da minha vida. É assim que deve ser com as estrelas do rock. Elas te enchem de ilusão, te fazem brigar com seu primo e anos depois destroem seu coração gravando a música do Big Brother.



Puxa vida, Paulo Ricardo.

Tá bom, por trás daquela narina sangrando também batia um coração. O lance com a Luciana foi baixo astral, imagino. Mas você era malvado. Você usava aquela camisa de telinha preta. Você fazia a voz rouca em London, London e eu nem sabia que a música era do Caetano. Eu confiava em você putz! Depois você gravou aquela música meio mística com o Milton Nascimento, que falava de ‘mágicos e faunos na floresta/lógica da física concreta/ cânticos eternos como o vento/ tempo de escutar a Terra falar’...eu já devia desconfiar.



Alvorada Voraz

Hoje vi você ao vivo, pela primeira vez. Eu me devia isto. Devia isto ao meu “eu de 1987”. Mas o rock já não cabe em você, ou você não cabe mais no seu rock, como também não cabe muito bem dentro daquela calça. Ou de qualquer outro estilo musical. Eu dancei, gritei, cantei junto... até durante Naja, que eu sempre pulava no disco pois não tem letra, eu fiquei em pé vibrando. Mas já não era você...a não ser pela voz, não acreditei que era você ali. Tantos casamentos e muitos quilos depois, um figurino trocado a toda hora, e pensado por alguém que deve ter recebido uma nota pra ‘criar’ aquelas combinações. Um monte de músicas bizarras meio romanticonas blasé, com o “P.A.- Paulo Pagni” e o bonitão do Fernando Deluqui ali fazendo um treco meio unplugged (eles estavam meio envergonhados, não estavam? Eu achei que estavam.). Depois uma versão – não se fazem versões, ainda mais dos Rolling Stones! – com um arremedo de coreografia Mick Jaggeriana. Não curto Stones, mas respeito. Foi feio. E não, o Mick não vai liberar os direitos pra você. Porque se liberar, aí nem respeito eu vou ter mais.

Como planejado pela produção, começou então a Pirataria. Confesso, me diverti muito, mas muito mesmo. Voltei no tempo e, aos 7 anos não existe nenhum tipo de julgamento a respeito de nada. Eu ri muito, me emocionei de verdade. Cantei as músicas pela primeira vez entendendo a letra. Vi que em “Olhar 43” você diz: “é a chave de todo pecado, e da libido”- aos 7 eu não conhecia essa palavra e achava que nessa parte você fazia um scat que pra mim soava “idaleebeedoo”.

Eu precisava ter visto este show de hoje. Nele o tempo passou como se eu entrasse no hiperespaço ou acelerasse dentro do DeLorean. Então hoje eu cresci.

Querido Paul Richard, te guardarei pra sempre num canto do coração em que você ficará congelado e não se parecerá em nada com o que vi hoje.

Em 1987 eu era mais plenamente eu do que jamais conseguirei ser de novo. 

E acho que você também.

(Waltinho, acabou de me ocorrer que talvez tenha sido você quem desenhou de caneta vermelha aquele sangue na figurinha pra me impressionar. Se foi você, por favor não me conte, tá?)

sábado, 10 de março de 2012

Mind the Gap

Tenho certeza que as pessoas que não dão a mínima pra Londres têm 768 milhões de vezes mais chances de ir a Londres do que eu.
Tenho calafrios, taquicardia, enjoos, hiperventilação, cada vez que penso na idéia de estar ali.
Como é que alguém mora, paga contas, pega trânsito e faz cocô em Londres??? Londres não existe. Londres está num filme, Londres está num livro. Na Wikipedia a palavra “Londres” acusa “etimologia desconhecida”...(http://en.wikipedia.org/wiki/Etymology_of_Londonou seja, cabe tudo ali; é a história de cada um... quem vai decidir o significado é cada pessoa. Pra mim Londres é o lugar da totalidade, da realização dos sonhos, do passeio limpo, do sarcasmo não apenas perdoado mas eternamente celebrado.
A parte de mim que sente – e causa! - estranhamento vivendo no Brasil encontra lugar confortável em Londres e leva um carimbo: “By Appointment to Her Majesty the Queen”, e logo abaixo, traz um aviso: “Mind the Gap”.

A cidade concentra uma infinidade de coisas que eu amo: o idioma, a arquitetura, a estética, o espaço público, Shakespeare, Harry Potter, a memória dos Beatles, a moda. Inclusive coisas que são sabidamente rechaçadas como a comida e o clima. O que faz com que eu ame ainda mais esta inexplicável melancolia que conversa intimamente com um pedaço de mim que eu nem sei se conheço muito bem. De toda forma, ele grita. Está aí o lugar do estranhamento, do diferente, da falta de identificação com o lugar onde nasci e sempre estive. Amo meu país, mas Londres entra onde não sou brasileira, mas uma mistura de um DNA estranho que conta histórias cujo murmúrio me dá apenas pistas da minha completa incapacidade de entender o que vai dentro de mim...mas que em muitas páginas soa em inglês.

O idioma que orientou minhas escolhas profissionais, que fez com que cada manhã fosse preenchida com ilusões e desejos de que a vida fosse um pouco menos comum. Que fosse possível contar a história de um outro jeito, que fosse necessário tocar uma outra música que explicasse melhor minha fome incontrolável. Um tipo de alento que te acalma naqueles momentos em que o dedo indicador ossudo e cheio de veias da Sra. Inadequação te aponta os vazios que só aquela unha afiada consegue trazer à luz. A Tia Psicanálise também não perde a deixa, e vem simplificando tudo, passando um detergente aroma erva doce por todo lado e categorizando tudo nos caixotes do Lugar do Outro, das Pulsões, da Falta. Mais uma vez, “Mind the Gap”.

Em alguns momentos, sou uma brasileira orgulhosa de minha condição latino-americana, de cidadã culturalmente híbrida. Em outros, sou Saladin Chamcha – “A voiceover artist and ardent anglophile...the man of a thousand voices and a voice” -  vendendo minha própria alma em favor de um inglês bem falado. O próprio fato de ter me formado em Literatura e Línguas me compõe também de aulas de Estudos Culturais, das Grandes Narrativas, da Alteridade... Meu Diploma bem enrolado me dá um tapa bem estalado no meio da testa e me faz lembrar que isto não existe, que isto é uma projeção da minha cabecinha louca, que tem milhões de pessoas vivendo ali que simplesmente não dão a mínima praquela cidade que, pra eles, é como qualquer outra. Tantos dariam tudo pra mudar dali, pra viver num país ensolarado e colorido. Da mesma forma que deve cansar viver num clima frio e nublado, essa felicidade solar obrigatória do brasileiro às vezes me deprime. As nuances das estações me interessam, assim como os matizes mais sombrios das pessoas.


Como num casamento feliz, me recuso a me acostumar e achar super trivial conviver com o homem lindo que mora comigo. Me recuso a achar banais as coisas que me falam ao coração. Adoraria ser mais blasé com relação a Londres. Mas aí perde-se toda a graça!

domingo, 1 de janeiro de 2012